sábado, 21 de abril de 2018

Todo mundo é vítima





Rodolfo Pamplona Filho

Todo mundo é vítima
e ninguém assume a culpa
Todo mundo é vítima
e se pode fugir da luta
Todo mundo é vítima
e se empurra a responsabilidade
Todo mundo é vítima
e não se muda nada de verdade
Todo mundo é vítima
e há argumento para tudo
Todo mundo é vítima
e punir é um absurdo
Todo mundo é vítima

No Trem de Madrid para Pamplona, 02 de outubro de 2012.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Canções







Cecília Meireles

De que são feitos os dias? 
- De pequenos desejos, 
vagarosas saudades, 
silenciosas lembranças. 

Entre mágoas sombrias, 
momentâneos lampejos: 
vagas felicidades, 
inactuais esperanças. 

De loucuras, de crimes, 
de pecados, de glórias 
- do medo que encadeia 
todas essas mudanças. 

Dentro deles vivemos, 
dentro deles choramos, 
em duros desenlaces 
e em sinistras alianças... 

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Por Enquanto


Cássia Eller

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber que o pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

terça-feira, 17 de abril de 2018

Selfie



Rodolfo Pamplona Filho

Passou tanto tempo
tirando fotos
que perdeu a vista
do que estava ao seu lado...

Orlando, 27 de janeiro de 2017.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Toada das emoções




 Bruno Terra Dias


Na forte toada das emoções

nossos braços se embrenham

na procura de um e outro,

formação do único em nós.



Ah!, o momento gozoso.

Segundos de ternidade,

ausência de dor, tensidade no prazer,

muito mais em desejo e querer.



O discreto róseo do seu busto

atiça monção em todo corpo meu,

que desnuda, insolenemente.



Vestes que nem toco.

Costura francesa da intimidade.

Somos indistintos, enfim.