Águas de
Maio
Para um dia que não foi nada fácil resolvi
fazer esse poema, em que apesar da seriedade do assunto brinco com algumas
figuras de linguagem. (Período das enchentes em Teresina-PI)
ÁGUAS DE MAIO:
[Antítese] Hoje fez sol, semana passada, porém, choveu muito.
[Antonomásia] A Mesopotâmia nordestina
[Comparação] parece quase uma Nova Orleans em tempos de enchente.
Enquanto isso as
autoridades brincam de transferir as responsabilidades.
[Disfemismo]
É o "sujo falando do mal lavado".
[Eufemismo] Verdades que esqueceram de acontecer.
[Gradação] Assim, das consequências da junção da natureza e
inércia política sofrem principalmente os mais pobres: ilhados, alagados,
desalojados.
[Hipálage] A noite sonolenta é para poucos.
[Metáfora] Pois o Rio Poty é um balde despejado.
[Metonímia] Quem será a âncora das vítimas da chuva?
[Onomatopéia] Tchibum!
[Sinestesia] Tristeza gritante da cidade verde alagada.
E as promessas de
conjuntos habitacionais, cadê?
[Oximoro] Mais uma vez, silêncio eloquente!
[Ironia] Mas Teresina não está tão mal.
[Prosopopéia]
O sol continua nascendo sempre feliz.
...
[Pleonasmo] Ó rio doce, quanto de tuas águas são lágrimas
piauienses.
Soa pessimista, mas faz parte da veia poética.
Ainda sou otimista pelo insistente clichê: Sou brasileira e não desisto nunca!
Isabella Paranaguá