sábado, 4 de agosto de 2012

Soneto do Instinto de Caçador

Soneto do Instinto de Caçador

Rodolfo Pamplona Filho

Olhos de Tigre, presa localizada.
Desejo de Leão, cheiro de morte.
Respiração Controlada
como a preparar um bote

Entender como necessidade,
o que pode ser pura vontade...
Loucura e/ou sede quente
na manifestação de sua mente

Fazer do seu próprio ambiente
seu locus de caça consciente
como um terreno a demarcar

Instinto de caçador que não cessa
é essa sua sina e promessa
que vem te mover ou assustar.
Brasília, 15 de outubro de 2011.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Cético e o Lúcido

O Cético e o Lúcido

>
> No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
>
> - Você acredita na vida após o nascimento?
>
> - Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui
> principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
>
> - Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
>
> - Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
>
> - Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.
>
> - Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
>
> - Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas
> encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia
> prolongada na escuridão.
>
> - Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
>
> - Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
>
> - Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
>
> - Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não
> existe nenhuma.
>
> - Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela...
>
>
> PENSE NISSO.....
>
>
> M A R A V I L H O S O ! ! !
>
> A pessoa que escreveu este texto foi muito iluminada pelo nosso CRIADOR.
>
> Eu nunca havia pensado dessa maneira. Adorei a forma utilizada para
> esclarecer uma dúvida que atormenta a maioria da humanidade.
>
> Como achar que não exista vida após o nascimento??? Esta questão é a mesma de não acreditar em vida após a morte!!!
>
> Tudo depende de um ponto de referência. Usar o óbvio para explicar o
> duvidoso.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A mentira e a fantasia

A mentira e a fantasia

Rodolfo Pamplona Filho

É preciso diferenciar
A mentira e a fantasia.
Enquanto a primeira
é pura destruição,
a segunda ajuda
no processo de construção.

Na mentira, há intenção
de iludir com uma enganação,
em que não há possibilidade
de dizer ser outra visão da verdade,
já na fantasia, o que há
é uma nova forma de encarar
a nua, crua e dura realidade
com uma pitada de criatividade.

Seja Papai Noel
ou a inocente cegonha,
não há porque ter vergonha
do que um dia se creu,
pois mesmo um Deus
já foi desacreditado,
por quem está do seu lado
e nada aconteceu...

Brasília, 15 de outubro de 2011.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A importância do doutorado


QUANDO SE TEM DOUTORADO, lê-se assim:

O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758), isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, os quais configuram pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzido nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera (Linneu, 1758) . No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.

QUANDO SE TEM MESTRADO, lê-se assim:

A sacarose extraída da cana de açúcar , a qual ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino e apresentando- se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO, lê-se assim:

O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e apresentando- se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal tem similaridade com o sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO, lê-se assim

Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL, lê-se assim:

Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO, lê-se assim:

Rapadura é doce, mas não é mole, não!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Sensação de Anonimato

Sensação de Anonimato

Rodolfo Pamplona Filho

Ficar sozinho na multidão,
sem ser reconhecido,
como apenas mais um peão
no tabuleiro vivido,
apenas observando
o que se passa na confusão,
em silêncio,
arrebatado pela admiração,
como se as palavras
fossem completamente inúteis
para transmitir
o estranho sentimento
de total isolamento,
em que viver o momento
é mero passatempo,
ansiando por um contato
que possa gerar, de fato,
alguma forma de conforto
em um espirito já morno,
cujo único retrato
é a sensação de anonimato.

Salvador, 11 de outubro de 2011.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sobre Ele

Uma pulseira de pérolas de água doce para adornar os seus braços de sereia(um moço me disse).
Sua pele é de mel e sol, cheira a canela e resguarda alvuras(me cantou um outro)
Quero a curva do seu queixo, a elegancia do pescoço,  repousar as mãos cansadas no topo de seus ombros macios(um deles me pediu).
Me morde com os seus dentes brancos, me cala a boca com o serpentear de sua lingua, nunca sorria para mim, porque eu não consigo ver o seu sorriso e seguir sob a terra(um outro me ordenou um dia).
Seus quadris são fruta madura, balançam como o vento no mar, hipinotizam a rua(disse um, um dia, envolvendo minha bunda com mãos decididas).
Mas se para Ele eu não sou bonita, quebro o espelho, raspo a cabeça, cego de chorar e ensurdeço, para nunca mais ouvir.


Beatriz A.M

domingo, 29 de julho de 2012

Resiliência

Resiliência

Rodolfo Pamplona Filho

É preciso
Gentileza
Nobreza
Compreensão
Atenção

É preciso
Amor incomensurável
Carinho inesgotável
Gratidão inestimável
Dedicação interminável

É preciso
Receber o porvir
Resistir
Reagir
Reconstruir

É preciso
Decência
Obediência
Paciência
Insistência

É preciso
Resiliência

Salvador, 11 de outubro de 2011.